Tuesday 10 April 2007

A night at the Opera

Ontem pela primeira vez na vida fui assistir a uma ópera, se bem que de uma maneira um bocado estranha: uns minutos antes das 8 telefona-me uma amiga minha a perguntar se eu estava no escritório - um amigo dela tinha bilhetes para a ópera (que começava às 8 - que raio de hora...) e não podia ir. Metemo-nos num táxi rapidamente e lá fomos nós a caminho do São Carlos.

Estava com um receio enorme de não perceber nada do que se estava a passar (agravado pelo facto de ter entrado um quarto de hora atrasado) mas felizmente aquilo tem legendas - um placard com uns LEDs verdes vai passando o que as personagens estão a cantar numa lingua estrangeira qualquer (no caso, o italiano). Nem todo o texto é traduzido mas o essencial para se acompanhar a história, e as legendas estão razoavelmente sincronizadas com os berros da malta.

A ópera chamava-se Motezuma e tinha sido escrita por Vivaldi. Esta era a primeira interpretação nos tempos modernos, o que eu julgava podia ser sinal de que os antigos tinham percebido logo na altura que aquilo não valia grande coisa (na verdade foi algum idiota que perdeu a partitura, que só foi re-encontrada em Kiev em 2001).
O assunto era as invasões espanholas do México e não vou adiantar muitos pormenores da história, não vão querer ir ver (duvido é que arranjem bilhetes) mas posso só revelar que a trama tem mais reviravoltas que uma telenovela venezuelana (ou, no caso, mexicana). Das 6 personagens principais 4 eram homens mas só uma era interpretada por um cantor masculino.

Globalmente a noite foi muito positiva - gostei bastante do espectáculo, não tanto pela parte musical (acho que ouvir aquilo na aparelhagem, sem qualquer "suporte visual", não era para mim) mas mais pela parte da história (bastante interessante) e pelo dramatismo. Acho que era capaz de fazer aquilo mais vezes, não fossem os bilhetes para o São Carlos tão caros e difíceis de arranjar (aqueles foram de borla mas o preço que estava no bilhete, que era de assinatura, era 20 euros - até aí ainda compensa mas mais do que isso já começa a ser esticado).

Se alguém quiser ir um dia podemos combinar e alugar um camarote que sai mais barato. Não garanto que valha a pena mas eu pelo menos diverti-me.

P.S. - para os interessados o bar do São Carlos serve umas sandes bastante boas (e caras) e o ambiente no intervalo não é tão... homogéneo... como se possa pensar.

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