Tuesday 31 July 2007

Títulos (de valores não-mobiliários)

Sempre me pareceu um bocado ridícula a obsessão que os portugueses têm com o título das pessoas mas ultimamente parece que a coisa tem tomado proporções ridículas (ou será por andar a lidar mais com bancos? os bancos sempre gostaram muito dessas coisas...).

Recebi em casa um novo cartão multibanco, dirigido ao "Dr." Miguel Valença Pires e com esse nome no cartão. Apesar de eu não querer por maneira alguma ter alguma espécie de título no cartão os tipos do banco rapidamente se aperceberam do erro (do erro errado, mas enfim...) e enviaram-me poucos dias depois um cartão igualzinho, da mesma conta, dirigido ao Eng. Miguel Valença Pires. Agora, eu vou manter o cartão a dizer Dr. (assim sempre tenho a desculpa que a caganzie é do banco, não minha) mas estive a pensar no assunto e cheguei à conclusão que, já que tenho que ter algum título, que tenha um com algum valor cómico. Sendo assim, vou pedir ao banco que altere o título no meu próximo cartão. Ainda pensei em algo do género "Excelentíssimo" ou "Meretíssimo", ou mesmo algo mais nobre como "Dom", mas decidi-me antes por um título que expresse melhor a minha magnanimidade. Estou indeciso entre "Grande Timoneiro Miguel Valença Pires" (em homenagem ao Mao Tse-Tung) ou "Querido Líder Miguel Valença Pires" (a Coreia do Norte sempre me fascinou). Alguma sugestão?

Sunday 15 July 2007

Trans-for-mers

(Dito assim mesmo, dessa forma, com espaçamento entre as sílabas e um tom metálico)



Fui hoje ver os Transformers (eu bem queria ver antes o Die Hard 4.qualquer coisa mas lá me convenceram...) e não posso dizer que me tenha arrependido nada (mesmo sendo um filme do Michael Bay) mas eu juro que não me recordava nada de os Transformers serem assim - não sei se aquela história do cubo é nova ou não mas os robôs tinham um aspecto bastante mais agressivo do que quando eu era míudo (com garras, etc.).

Um pormenor interessante é que, num filme tecnicamente tão complicado de realizar (aquelas cenas de lutas entre robôs não devem ter sido fáceis de fazer) e com resultados tão eficazes a esse nível (os efeitos especiais são espectaculares, ultra-realistas) tenham deixado escapar tantas falhas graves no argumento. Passar-se em poucos segundos do dia para a noite (na mesma cena) ainda é tolerável (se bem que à terceira vez já parece desleixo) mas aquela toada genial do "temos aqui um objecto que é altamente desejado por um grupo de robôs alienígenas que vão destruir tudo o que lhes apareça à frente até o recuperarem. O que é que vamos fazer com ele? Levá-lo para uma cidade densamente povoada por civis inocentes, claro está!" já me parece esticanço a mais. Se queriam mesmo filmar lutas de andróides gigantes no meio de arranha-céus não arranjavam nenhuma história melhor? Para isso faziam como os japoneses nos filmes do Godzilla, metiam a cena de porrada e pronto, estava o filme feito.