Sunday 29 April 2007
A pior profissão para se ter num filme
AVISO: contém spoiler
Acabei de ver um filme francês bastante recente baseado nas personagens de banda desenhada "Tanguy e Laverdure", dois pilotos da Força Aérea Françesa (que neste filme têm outros nomes ). O filme é bastante interessante e compete com a maioria dos filmes de Hollywood em termos de qualidade de produção (uma espécie de "Top Gun" francês mas sem a música e menos falhas no argumento) mas vá-se lá saber porquê não teve projecção nenhuma em Portugal (a própria BD tem muito pouca).
A meio do filme apercebi-me de uma combinação fatal que se estava a formar para um tipo de lá: personagem secundária (bom da fita, conhecido pela alcunha) + filme de guerra + participação na missão principal do filme (a fazer companhia aos dois heróis). "Pronto, este tipo não acaba o filme sem levar com um míssil pelo escape acima", pensei eu. Naturalmente o gajo acabou por quinar (se bem que não da forma que eu estava a prever).
Eu até gosto deste tipo de filmes mas às vezes conseguem ser tão previsíveis...
P.S. - naturalmente que este tipo de pormenores só poderão ser detectados por um olho altamente treinado como o meu mas uma das personagens principais femininas sofria de um ligeiro estrabismo e portanto nunca poderia chegar a piloto de caças como se faz passar no filme. Mas isso são outras histórias.
Thursday 26 April 2007
Wednesday 25 April 2007
A pedido de várias famílias
Que foi feito de ti, que eu não te vi?
Por ti não fiz eu caril
Deixei até passar uma oportunidade
De cozinhar a minha famosa bomba gástrica.
Como me desiludiste!
Deixaste-te enganar por um mero chouriço
Um tabuleiro de queijos foi mais forte que tu
Como te deixaste derrotar por leite coalhado?
Por incrível que pareça
Comemos um doce sem ti.
Deixaste-te entalar
Entre as entradas e a sobremesa.
Como pudeste ser tão ingénuo?
Ainda não foi desta que comprovámos
A proeza gastronómica do Tiago.
Tuesday 24 April 2007
Monday 23 April 2007
Ervilhas, fruto do demo
Ervilhas, como eu vos odeio!
Sois porventura a mais vil de todas as leguminosas.
Até o grão, com a sua textura farinhenta,
É mais tragável, quando em doses moderadas.
Conseguem a infâmia, por incrível que pareça
De ser mais abjectas que as lentilhas.
Há mesmo quem diga
Que só deram origem à genética moderna
Porque o pobre Monge Mendel tentava em vão
Encontrar em vós alguma coisa apologética.
Como é possível que alguém diga
Que sois aparentada do nobre e poderoso feijão?
O feijão não tenta dominar como uma urtiga
Todos os pratos cuja sua presença honra com o paladar
Não tem uma coloração doentia
Nem me dá vontade de vomitar.
Há muitos pratos que, com algum esforço,
Uma pessoa, mesmo não gostando,
Consegue, quando convidado, comer por educação.
Vós, no entanto, fugis a essa regra
Não vos comeria nem num banquete
Dado em minha honra pelo Rei do Butão.
Sunday 22 April 2007
Jantares
Seja como for estava tudo bastante animado:
Em grande conta, foram os shots de vodka com chocolate os grandes responsáveis pela animação:
E aqui estão apenas algumas das muitas dezenas de raparigas que entusiasticamente aplaudiram de pé quando souberam que os jantares tornar-se-ão recorrentes:
O próximo encontro terá como temática o "nudismo presente no cinema" e será obrigatório o uso (ou não) de roupa apropriada da personagem que reencarnarem.
Saturday 21 April 2007
Ode ao camarão
Abençoada seja a tua carne.
Dás a tua nobre vida
Para que outros tenham o prazer de te manjar.
Outros, como a lagosta, serão porventura mais caros.
Terão até o privilégio de viverem mais tempo, num aquário,
Mas cozer-te vivo seria um destino demasiado cruel
Para algo tão saboroso.
Durante mais de 20 anos reneguei-te.
Contentava-me com a carne de animais terrestres
Enquanto outros se deleitavam contigo.
Ai, o que eu perdi!...
Comer-te é uma experiência para todos os sentidos.
Arrancar-te as patas e descascar o teu corpo quente
É porventura a mais táctil de qualquer experiência gastronómica.
Quando te congelam descascado ou fazem em rissóis
É como se perdesses metade da piada.
Comer camarão e chegar ao fim com as mãos limpas
Não é comer camarão.
A tua textura rija intensifica a degustação.
Quando hereges do marisco te decidem panar
Transformando o teu toque estaladiço em moleza informe
Fico com vontade de matar.
O teu sabor suculento,
Grelhado ou frito com picante
(Até cozido, por estranho que isso pareça)
Entranha-se-me na boca até à próxima refeição.
Queria continuar a louvar-te as qualidades
Mas já não tenho mais tempo nem imaginação
Portanto deixo-te apenas com um breve:
Bem Hajas Camarão!
Friday 20 April 2007
Classificados
Motivo: constipação.
Para mais informações responder ao post #9 deste blog.
Estereótipos na Venda Nova
O centro está localizado numa "vivenda" (que também poderia ser chamado de barracão) na Venda Nova (porque é que aquilo não podia estar integrado no Centro de Saúde é algo que eu me interrogo) e a última coisa parecida com uma redecoração que aquilo viu deve ter sido na altura em que o pessoal ia lá fazer os testes antes de ser mandado combater para o Ultramar.
A análise seguinte é o meu espírito de cidadão preocupado a vir ao de cima, não o espírito de consultor.
O corpo clínico daquilo era constituído por (pelo menos) 3 médicos, uma enfermeira e um técnico de radiologia, para um público que, a avaliar pela sala de espera, não era muito numeroso. Para apoiar havia um segurança (até aí tudo normal) e 4 (quatro!) pessoas a trabalhar atrás de uma recepção que estava forrada a dossiers grandes e velhos e onde havia apenas dois computadores arrumados a um canto (um deles estava tapado para não apanhar pó, o outro estava ligado mas não estava a ser utilizado). Naturalmente, em cada instante das quatro funcionárias apenas 1 ou 2 estava a fazer alguma coisa num dado instante (não que houvesse muito para elas fazerem, apesar da lentidão com que o faziam permitir ocasionalmente o acumular de pessoas na sala de espera).
Cheguei ao guichet para ser atendido e, sem ninguém sequer verificar o meu cartão de saúde ou colocarem o meu registo no computador, escreveram o meu nome e morada num cartão e deram-mo. Após meia hora de espera (durante a qual a enfermeira atendeu apenas uma paciente) finalmente entrei. Dos dez minutos que estive lá dentro cerca de 5 foram passados com a única enfermeira de serviço a transcrever informação do meu boletim de vacinas para o cartãozinho (algo que podia muito bem ter sido feito por uma das admnistrativas de serviço no tempo que eu estive à espera, dada a escassez relativa dos recursos de enfermagem e o baixo grau de sofisticação técnica da tarefa). Após a injecção o cartão que me deram foi guardado numa pasta de plástico com um autocolante a dizer "diagnóstico" dentro de um dossier que estava no gabinete da enfermaria (não havendo, desta forma, nenhum registo da minha passagem pelo CDP).
O Ministério da Saúde precisa desesperadamente de uma melhoria global ao nível da organização e processos...
Thursday 19 April 2007
Vítimas do nosso próprio sucesso
P.S. - quando é que o resto da malta começa a postar no blog? Não posso ser sempre eu a fazer as honras à casa...
Friday 13 April 2007
Tá sobrando para mim...
o que é que os gajos fazem e depois diz-me qualquer coisa ontem."
É sempre bom reparar no grau de envolvimento do pessoal mais sénior...
Thursday 12 April 2007
The sweet taste of victory
Eu não me quero vangloriar, que não fica bem, mas vou fazê-lo à mesma: GANHÁMOS AQUILO. Apesar de sermos uma equipa estreante, do papel com as nossas respostas ter mais cerveja que tinta e da maneira como fomos escandalosamente roubados pelo árbitro :) ficámos à frente da competição, contra todas as expectativas.
O prémio? Glória eterna e 20 euros de consumo no bar (que, a dividir por 5, dá duas cervejas a cada um). Parece que agora os Anomalia Excêntrica são "the team to beat" - os meus parabéns a todos, a equipa funcionou como uma máquina bem oleada.
P.S. - peço desculpa por este post não ter um grande conteúdo cómico mas era impossível conciliar isso com a vasta quantidade de self-gloss.
Tuesday 10 April 2007
A night at the Opera
Estava com um receio enorme de não perceber nada do que se estava a passar (agravado pelo facto de ter entrado um quarto de hora atrasado) mas felizmente aquilo tem legendas - um placard com uns LEDs verdes vai passando o que as personagens estão a cantar numa lingua estrangeira qualquer (no caso, o italiano). Nem todo o texto é traduzido mas o essencial para se acompanhar a história, e as legendas estão razoavelmente sincronizadas com os berros da malta.
A ópera chamava-se Motezuma e tinha sido escrita por Vivaldi. Esta era a primeira interpretação nos tempos modernos, o que eu julgava podia ser sinal de que os antigos tinham percebido logo na altura que aquilo não valia grande coisa (na verdade foi algum idiota que perdeu a partitura, que só foi re-encontrada em Kiev em 2001).
O assunto era as invasões espanholas do México e não vou adiantar muitos pormenores da história, não vão querer ir ver (duvido é que arranjem bilhetes) mas posso só revelar que a trama tem mais reviravoltas que uma telenovela venezuelana (ou, no caso, mexicana). Das 6 personagens principais 4 eram homens mas só uma era interpretada por um cantor masculino.
Globalmente a noite foi muito positiva - gostei bastante do espectáculo, não tanto pela parte musical (acho que ouvir aquilo na aparelhagem, sem qualquer "suporte visual", não era para mim) mas mais pela parte da história (bastante interessante) e pelo dramatismo. Acho que era capaz de fazer aquilo mais vezes, não fossem os bilhetes para o São Carlos tão caros e difíceis de arranjar (aqueles foram de borla mas o preço que estava no bilhete, que era de assinatura, era 20 euros - até aí ainda compensa mas mais do que isso já começa a ser esticado).
Se alguém quiser ir um dia podemos combinar e alugar um camarote que sai mais barato. Não garanto que valha a pena mas eu pelo menos diverti-me.
P.S. - para os interessados o bar do São Carlos serve umas sandes bastante boas (e caras) e o ambiente no intervalo não é tão... homogéneo... como se possa pensar.
Citação do dia
Autor não identificado (não, não fui eu).
Monday 9 April 2007
Não há condições de trabalho!
O problema dele? Flatulência. Acreditem ou não, não se consegue estar dentro da sala quando ele se decide "aliviar"... A sala tem uns 30 metros quadrados e mesmo depois de eu ter enchido isto tudo de Brise (uma lata de lavanda, outra de pinho) que fui roubar às casas de banho ainda cheira em TODA a sala (o gajo peida-se a um canto e cheira junto à porta).
Eu sinceramente não queria começar o blog com um post destes mas parece que uma doninha trepou pelo rabo do gajo acima e morreu lá dentro. Mais uma bufa e eu pego no portátil e vou trabalhar para o Atrium.
Sunday 8 April 2007
Aí está ele!
Quanto a mim, que mais posso dizer senão "bring it on"? (refiro-me naturalmente ao jogo dos Los Coxos contra os coxos).