Monday 23 April 2007

Ervilhas, fruto do demo

Ervilhas, como eu vos odeio!

Sois porventura a mais vil de todas as leguminosas.

Até o grão, com a sua textura farinhenta,

É mais tragável, quando em doses moderadas.

Conseguem a infâmia, por incrível que pareça

De ser mais abjectas que as lentilhas.


Há mesmo quem diga

Que só deram origem à genética moderna

Porque o pobre Monge Mendel tentava em vão

Encontrar em vós alguma coisa apologética.


Como é possível que alguém diga

Que sois aparentada do nobre e poderoso feijão?

O feijão não tenta dominar como uma urtiga

Todos os pratos cuja sua presença honra com o paladar

Não tem uma coloração doentia

Nem me dá vontade de vomitar.


Há muitos pratos que, com algum esforço,

Uma pessoa, mesmo não gostando,

Consegue, quando convidado, comer por educação.

Vós, no entanto, fugis a essa regra

Não vos comeria nem num banquete

Dado em minha honra pelo Rei do Butão.

No comments: