Ervilhas, como eu vos odeio!
Sois porventura a mais vil de todas as leguminosas.
Até o grão, com a sua textura farinhenta,
É mais tragável, quando em doses moderadas.
Conseguem a infâmia, por incrível que pareça
De ser mais abjectas que as lentilhas.
Há mesmo quem diga
Que só deram origem à genética moderna
Porque o pobre Monge Mendel tentava em vão
Encontrar em vós alguma coisa apologética.
Como é possível que alguém diga
Que sois aparentada do nobre e poderoso feijão?
O feijão não tenta dominar como uma urtiga
Todos os pratos cuja sua presença honra com o paladar
Não tem uma coloração doentia
Nem me dá vontade de vomitar.
Há muitos pratos que, com algum esforço,
Uma pessoa, mesmo não gostando,
Consegue, quando convidado, comer por educação.
Vós, no entanto, fugis a essa regra
Não vos comeria nem num banquete
Dado em minha honra pelo Rei do Butão.
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